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sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Ciclo da lua branca e ciclo da lua vermelha

Mirella Faur, referência no movimento de Retorno do Sagrado Feminino, diz que, do ponto de vista mágico, há dois tipos de ciclos menstruais determinados em função da fase lunar em que ocorre a menstruação: o ciclo da lua vermelha e o ciclo da lua branca.
 A mulher pertence ao ciclo da lua branca quando ovula na lua cheia e menstrua na lua negra (sendo o quinto dia a lua minguante, a lua negra acontece nos três dias que antecedem a lua nova). Quando a mulher menstrua por esse ciclo, geralmente ela apresenta melhores condições energéticas parar expressar suas energias criativas e nutridoras, já que nesse caso o auge da fertilidade ocorre durante a lua cheia, estabelecendo relação com o arquétipo da mãe e cuidadora - aspecto do feminino aceito pelo sistema patriarcal.
 Por outro lado, a mulher que ovula na lua negra e menstrua na lua cheia pertence ao ciclo da lua vermelha. Nesse caso, como o auge da fertilidade acontece na fase escura da lua, as energias criativas são direcionadas ao desenvolvimento interior e a energia sexual é usada para fins mágicos, relacionando-se com o arquétipo da bruxamaga ou feiticeira - aspecto do feminino costumeiramente negligenciado e temido pelo patriarcado.
"Ambos os ciclos são expressões da energia feminina, nenhum deles sendo melhor ou mais correto que o outro. Ao longo de sua vida, a mulher vai oscilar entre os ciclos Branco e Vermelho, em função de seus objetivos, de suas emoções e ambições ou das circunstâncias ambientais e existenciais" (FAUR, 2015, p. 499).
Para pertencer ao ciclo da lua branca ou vermelha, a mulher não necessariamente precisa ovular e menstruar nos dias exatos da lunação mencionada anteriormente. Se, por exemplo, ela menstruar dois dias após a lua negra, ainda assim pertencerá ao ciclo da lua branca. Segundo Mirella Faur, a tendência é que, com o passar do tempo, exercitando essas práticas de auto-observação, os ciclos passem a regular-se de forma mais sincrônica.


Referências:

FAUR, Mirella. O Anuário da Grande Mãe. São Paulo: Editora Alfabeto, 2015.

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