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sábado, 31 de janeiro de 2015

Basilisco

Em algumas descrições, o basilisco é uma serpente fantástica. Plínio, o Velho, o descreve como uma serpente com uma coroa dourada e, no macho, uma pluma vermelha ou negra. Durante aIdade Média era representado como tendo uma cabeça de galo ou, mais raramente, de homem. Para a heráldica, o basilisco é visto como um animal semelhante a um dragão com cabeça de galo; em outras descrições, porém, a criatura é descrita como um lagarto gigante (às vezes com muitas patas), mas a sua forma mais aceita é como uma grande cobra com uma coroa. O basilisco seria capaz de matar com um simples olhar. O único jeitos de matá-lo seria fazendo-o olhar seu próprio reflexo em um espelho.
Leonardo da Vinci escreveu que o basilisco é tão cruel que, quando não consegue matar animais com a sua visão venenosa, vira-se para as plantas e para as ervas aromáticas e, fixando o olhar nelas, seca-as. O poeta Percy Bysshe Shelley fez também a seguinte alusão ao olhar mortífero do basilisco na sua "Ôde a Nápoles""(…)Sê como o basilisco, que o inimigo mata por invisível ferimento."
O basilisco era, aliás, muito frequentemente mencionado na literatura. Foi referido em obras de John Gay (The Beggar’s Opera, acto II, air XXV), na novela Clarissa de Samuel Richardson (The Novels of Samuel Richardson, vol. I, London, 1824, p 36) e nos poemas deJonathan Swift (The Select Works of Jonathan Swift, Vol. IV, London, 1823, p. 27) e de Alexander Pope (Messiah, linhas 81-82). O português Antonio Feliciano de Castilho escreveu sobre uma moura que tinha um olhar que "só se inflama vendo passar por longe algum cristão, e nesses momentos dera ela todos os palácios de safiras, todas as musicas e aromas das sultanas de Córdova, por ter o olhar do basilisco" 
No capítulo XVI do Zadig de Voltaire, o basilisco é descrito como um animal muito raro que só pode ser tocado por mulheres.
Os basiliscos são inimigos mortais dos grifos. O parente mais próximo do basilisco é a cocatrice.
Outra historia relata que quem olhar nós olhos do basilisco viraria pedra.
O Basilisco citado no livro "Devoradores de Mortos". Considerado o relato mais antigo da Cultura Viking
O livro "Devoradores de Mortos" escrito por Michael Crichton, retrata a cultura e o cotidiano dos Vikings em 922 DC. Os relatos escritos neste livro, pertencem aos manuscritos de Ahmed Ibn Fadlan, que conviveu com estes povos durante esse período. Considerado até hoje o registro mais antigo de uma testemunha ocular da vida e da sociedade Viking daquela época. Em um trecho do livro, o nome Basilisco é citado, dando a enteder que seria melhor evitar um confronto direto. Pois assim como acontece na mitologia se você estocar uma espada no basilisco, o veneno percorrerá a espada até alcançar o braço de quem o ataca, tendo que amputá-lo imediatamente para manter seu corpo vivo. A melhor opção seria se aproximar da criatura utilizando um espelho como escudo, pois o melhor meio de espanta-lo é utilizar seu próprio reflexo, caso ele se deparasse com sua imagem refletida poderia ser morto pelo seu próprio olhar. Diálogo encontrado nos manuscritos: "Conto-lhe tudo isto para que diga aos outros que tenham cuidado, pois é um assunto adequado para um basilisco."

O basilisco em Harry Potter

segundo livro da série Harry Potter da autora J. K. Rowling possui um basilisco. Nele, o monstro teme o canto dos galos e é temido principalmente pelas aranhas. O livro da mesma autora Animais Fantásticos e Onde Habitam afirma que foi o ofidioglota Herpo Silthrim, o Sujo quem primeiro descobriu que um ovo de galinha chocado por uma  origina um basilisco. Diz-se que o basilisco de Herpo viveu quase novecentos anos. No último livro da serie , descobre-se que o veneno de basilisco é uma das ferramentas capazes de destruir uma horcrux.

O basilisco em Os Cavaleiros do Zodiaco

Na série japonesa Os Cavaleiros do Zodiaco há um espéctro de Hades chamado Sylphid de Basilisco , só que ao contrario da forma tradicional, o Basilisco no anime é retratado como uma ave, já que possui um golpe chamado Voo do Extermínio, já que no anime figura de serpente não se faz presente.

O Basilisco na Bíblia

Na Bíblia são encontradas as seguintes citações: - Não olhes para o vinho, quando se mostra louro, quando resplandesce no copo, e se escoa suavemente. No fim seu fim morderá como a cobra, e como o Basilisco picará. Provérbios 23:31-32. - Porque eis que envio entre vós serpentes e basiliscos, contra os quais não há encantamento, e vos morderão, diz o SENHOR. Jeremias 8:17 Chocam ovos de basilicos e tecem teias de aranhas; aquele que comer dos ovos deles morrerá, e apertando-os, sai deles uma víbora. Isaís 59:5

O basilisco hoje

Usam o nome basilisco para um estranho lagarto tropical, membro da família das iguanas, que pode ser encontrado nas florestas úmidas da América Central e do Sul. O que há de curioso nele é que pode correr sobre a água por curtas distâncias (razão pela qual também é conhecido como lagarto-jesus), com as pernas dianteiras erguidas e o corpo quase ereto. Alimenta-se de insetos, aranhas e outros animais pequenos e é um exímio nadador e um escalador excelente. Evidentemente não possui nenhum poder mágico, como o basilisco mitológico.

Referências
  • Final Fantasy: Aparecem como monstro em batalhas aleatórias
  • Cavaleiros do Zodíaco: Um dos espectros de Hades, Sylphid, usa a Surplice de Basilisco.
  • No universo Marvel: Dois personagens são chamados Basilisco, um é um super vilão criminoso e o outro é um mutante das histórias de X-Men, este atualmente morto.
  • No segundo livro/filme da franquia Harry Potter o protagonista enfrenta um basilisco que se mostra na forma de uma cobra gigante, com olhar mortal e um veneno poderoso nas presas.
  • No jogo Castlevania: Aria of Sorrow, o Basilisco é um galo com cauda de serpente e olhar petrificante.
  • No jogo Conquer Online 2, o Basilisco é uma serpente que emite raios nos jogadores.
  • No jogo Tibia, o Basilisk é um NPC em formato de cobra cercado de mistérios e ligaçoes com Harry Potter e outras mitologias.
  • No jogo God of War: Chains of Olympus, o basilisco é um criatura enviada pelo rei Persa para destruir a região da Attica.
  • No jogo Star Wars The Force Unleashed, o basilisco é um robô usado por "Chop'aa" na cidade das nuvens[Bespin].
  • No jogo World of Warcraft(e suas diferentes versões), o basilisco é semelhante a um crocodilo -com escamas coloridas, variando entre vermelho, amarelo e verde - e é mais facilmente encontrado em zonas desérticas.
  • No jogo Dragonfable o basilisco é um lagarto,semelhante a um dilofossauro,que pode deixar o oponente sem jogar por três turnos
  • No jogo Lineage II o basilisco aparece como um réptil de 6 patas e escamas alaranjadas.
  • No jogo Adventure Quest Worlds o basilisco é uma espécie de lagarto com uma cauda cheia de espinhos
  • No jogo Sonic Colors a nave de combate de Eggman, Egg Nega Wisp, tem a aparência igual a de um Basilisco.
  • No jogo Grand Chase, o basilisco aparece como uma espécie de dragão gigante e cinza.
  • Na Bíblia Provérbios 23:31-32
  • No jogo Cabal Online, o basilisco é um um chefe alado de uma região desértica.
  • No segundo livro da série Os Heróis do Olimpo, O Filho de Netuno, de Rick Riordan, os Basiliscos são serpentes que caem dos cabelos do Gigante Polibotes, que queimam a tudo que tocam.

sábado, 24 de janeiro de 2015

Orc

Orcs, ou Orks são, nas obras de J. R. R. Tolkien, criaturas usadas como soldados pelos vilões das obras O Senhor dos Anéis e O Silmarillion, ou mais especificamente MorgothSauron e Saruman. Eles também têm participação em O Hobbit, livro anterior ao Senhor dos Anéis.
Embora sejam estúpidos, são retratados como seres infelizes, que odeiam todos, incluindo a si mesmos e aos seus mestres, que servem por medo. São incapazes de fazer coisas belas como os Elfos, mas conseguem criar instrumentos para ferir e destruir.
Nas diferentes línguas da Terra-média, orc (palavra usada no Condado) assume as seguintes formas:
  • Alto-élfico: Urko / pl. Urqui
  • Élfico-cinzento: Orch / pl. Yrch
  • Khuzdul: Rukhs / pl. Rakhâs
  • Idioma dos Drúedain: Gorgûn
  • Língua Negra de Mordor: Uruk
Entretanto, Uruk era usado somente para os Uruk-hai, uma classe específica de Orc. Os Elfos-cinzentos referiam-se aos orcs como a "horda barulhenta".

A aparência dos Orcs

São descritos como criaturas humanóides feias, geralmente menor do que os Humanos. Muitos têm braços compridos como macacos, e costas e pernas arqueadas. Seu sangue é negro e azedo, remanescências de corpos ressuscitados.
Tolkien os descreve em uma carta: "[...] são (ou eram) atarracados, largos, com nariz achatado, pele desbotada e olhos oblíquos [...]"

Tipos de Orcs

Havia muitas variações entre os orcs. Os exemplos mais óbvios são os Uruk-hai, que eram maiores, mais fortes e tinha a pele negra. Orcs menores e mais fracos que os Uruk-hai eram por eles chamados de Snaga, ou Escravo. Havia também variações quanto às funções: Sauron aparentemente criou tipos especializados, como os soldados Uruk-hai ou os orcs menores aptos a perseguições. Os Uruk-hai criados por Saruman eram diferentes dos de Sauron: eram mais altos e tinham proporções mais humanas. Em A História da Terra-médiaJ.R.R.Tolkien menciona Maiar que encarnam em corpos de orcs, os Boldogs, que serão vistos mais adiante.
Saruman provavelmente criou sua própria classe de orcs modificados, havendo pistas nos escritos de Tolkien de que ele talvez tenha cruzado Uruks com humanos, e por isso eles podiam caminhar sob o sol, mesmo que os odiassem. Entretanto, isso nunca foi diretamente afirmado.

Cultura dos Orcs

Tolkien não disserta muito sobre a cultura e costumes dos orcs. Entretanto, é afirmado que eles têm algum talento para curar ferimentos. Também é sabido que sua armadura, embora inferior àquelas dos Elfos e Anões, é bastante eficiente. Além disso, eles usavam flechas e lâminas envenenadas. Cantavam canções horríveis e podiam criar máquinas de tortura.

Alimentação

Em O Hobbit, Tolkien indica que os orcs estão sempre famintos. Comem todo tipo de carne, até a de homens e cavalos.
Em O Senhor dos Anéis - As Duas Torres (o filme), os orcs que capturam Merry e Pippin discutem se deveriam ou não comer os hobbits. Neste momento, um dos orcs que teve a ideia tenta investir contra os pequenos, mas é impedido pelo líder da horda, que lhe corta a cabeça. Então, o próprio líder avisa aos demais que "a carne voltou a fazer parte do cardápio", e pouco antes da chegada dos cavaleiros de Éomer eles destrincham as vísceras do companheiro morto num ato desesperado de canibalismo.

Língua dos Orcs

Os orcs não tinham língua própria, somente uma coletânea de palavras corrompidas oriundas de várias outras línguas. Entretanto, cada tribo desenvolveu dialetos que eram bastante diferentes entre si, de modo que quando necessário, eles usavam o Westron, a Língua Geral, embora com um sotaque cruel. Algumas palavras são oriundas da Língua Negra de Mordor, que passou a ser largamente usada na Terceira Era, quando Sauron retomou o poder.

Origem dos Orcs

A origem dos orcs é uma questão em aberto. Na obra de Tolkien, o mal é incapaz de criar seres com vontade independente, já que a Chama Imperecível estava com Eru Ilúvatar. Por isso, é improvável que o ex-Vala Morgoth, o primeiro a criá-los, pudesse fazer isso. Uma carta de Tolkien afirma que orcs-fêmeas existiam de fato. De acordo com a mais antiga teoria de Tolkien, os orcs eram feitos de pedra e lodo e animados por feitiços de Morgoth.
Outra teoria bastante difundida é a de que Morgoth, incapaz de criar seres independentes de sua vontade, torturou e mutilou Elfos, da divisão dos Avari, tornando-os orcs. Isso tornaria os orcs imortais, o que seria inconsistente, mesmo que não impossível, já que Tolkien nada menciona sobre isso. Se eles fossem de fato imortais, seus espíritos jamais saíriam dos Palácios de Mandos, devido a sua grande maldade. Algumas evidências apontam para o fato de que se não são imortais, os orcs ao menos vivem muito. Essa última teoria é a mais aceita, já que é a que apresentada em O Silmarillion como sendo a explicação do próprio autor.

Maiar caídos

Há pistas em A História da Terra-média de que alguns líderes-orcs, como Boldog na Primeira Era, ou o Grande Orc (Goblin no original) encontrado por Bilbo e pelos Anões, sejam na verdade Maiar na forma de orcs, já que os Maiar, e muitos entre eles a serviço deMorgoth, podiam, como seu mestre, assumir formas visíveis no Reino de Arda. Como afirma Tolkien: "É possível que Boldog não seja um nome pessoal, mas sim um título, ou ainda o nome de um tipo de criatura: os Maiar na forma de orc, menos formidáveis apenas do que os Balrogs."

Influência dos orcs

Os orcs de Tolkien são uma grande influência nas histórias de fantasias e jogos, já que são precursores de Orcs de diferentes características. Os orcs de Warhammer FantasyForgotten RealmsWarcraft e outros diferem dos de Tolkien por serem mais altos e maiores que humanos, e tendo usualmente a pele esverdeada.
C.S.Lewis pode ter colocado uma referência aos orcs criados por seu amigo em O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa. Quando Aslanchega à Mesa de Pedra, o narrador menciona muitas criaturas maldosas que se reuniram em torno da Feiticeira Branca - incluindo "Orknies".

sábado, 17 de janeiro de 2015

Ciclopes

Os ciclopes (do grego Κύκλωψ, "olho redondo") eram, na mitologia gregagigantes imortais com um só olho no meio da testa que, segundo o hino de Calímaco, trabalhavam com Hefesto como ferreiros, forjando os raios usados por Zeus .
Os ciclopes podem ser divididos em dois grupos de acordo com o tempo de existência: os ciclopes antigos (ou primeira geração) e os ciclopes jovens (nova geração).
Eles aparecem em muitos mitos da Grécia, porém com uma origem bastante controversa. De acordo com sua origem, esses seres são organizados em três diferentes espécies: os urânios, filhos de Urano e Gaia , os sicilianos, filhos do deus dos mares Poseidon, e os construtores, que provêm do território da Lícia .

Os urânios

ArgesBrontes e Estéropes são considerados os ciclopes mais antigos, descendendo de Urano e Gaia. Diz a lenda que, ao nascerem e por causa de seus enormes poderes, seu pai Urano, senhor dos céus, trancou-os no interior da Terra com seus irmãos, oshecatônquiros, gigantes de cem braços e cinquenta cabeças. Gaia, encolerizada por ter os filhos presos no Tártaro, incita-os a apoiar a guerra travada por cinco dos seis titãs, também seus filhos com Urano, a fim de tomar o trono do pai que, à época, governava o céu. Os titãs vencem, porém os ciclopes são enviados novamente para o abismo do Tártaro .
Por vezes, Zeus, assim como seus irmãos Posidão e Hades, libertava os ciclopes com a intenção de tê-los como aliados na guerra contra Cronos e os titãs. Os ciclopes, como bons ferreiros, forjaram armas mágicas e poderosas para os irmãos: Zeus recebera raios erelâmpagos, Posidão, um tridente capaz de provocar terríveis tempestades, e Hades, o Elmo do Terror, que lhe dava invisibilidade .
Tempos depois, quando os ciclopes já eram considerados ministros de Zeus e seus ferreiros permanentes, o grande deus percebeu uma ameaça no médico Asclépio, filho do deus Apolo. Asclépio, por meio de muito estudo, conseguiu fazer ressuscitar os mortos. Então, para que isso não causasse qualquer impacto com a ordem do mundo, Zeus decidiu exterminá-lo.Transtornado e ofendido com a ira de Zeus sobre seu filho, Apolo decidiu matar os ciclopes que fabricavam os seus raios. Há indícios de que não foram os ciclopes que morreram pelas mãos de Apolo, mas sim seus filhos .

Os sicilianos

Essa raça é retratada nos poemas homéricos como gigantescos e insolentes pastores fora da lei, os quais habitavam a parte sudoeste da Sicília. Não se importavam muito com a agricultura e todos os pomares cultivados naquelas terras eram invadidos por eles, quando procuravam por comida. Registra-se que, por vezes, comiam até mesmo carne humana. Por este motivo, eram considerados como seres que não possuíam leis ou moral, morando em cavernas, cada um deles, com sua esposa e filhos, os quais eram disciplinados de forma bastante arbitrária pelos mesmos .
Ainda segundo Homero, nem todos os ciclopes possuíam apenas um olho no centro da testa, entretanto Polifemo, que era considerado o principal dentre todos os outros, esse sim tinha apenas um olho em sua testa .
Homero ressalta, ainda, que os ciclopes descritos em seus poemas não serviam mais a Zeus e desrespeitavam o grande deus.

Outro mito sobre os sicilianos

Segundo Virgílio e Eurípedes, os ciclopes eram assistentes de Hefesto e trabalhavam dentro dos vulcões junto com o deus, tanto noMonte Etna, na Sicília, como em outras ilhas mais próximas. Os dois filósofos não os descreviam mais como pastores, mas como ferreiros que trabalhavam para os deuses e heróis, forjando suas armas . O poder dos ciclopes era tão grande que a Sicília, e outros locais mais próximos, conseguiam ouvir o som de suas marteladas quando trabalhavam na forja. Acredita-se que o número de ciclopes tenha aumentado, segundo os poetas, e que sua moradia tenha sido remanejada para a parte sudeste da Sicília.

Diz-se que essa nova raça de ciclopes nasceu do sangue do deus Urano que espirrou sobre a Terra, Gaia. Entretanto, Polifemo não era filho de Urano e Gaia, mas de Posidão com a ninfaTeosa .Há, ainda, um mito sobre os ciclopes mais jovens, ou nova geração. Tais ciclopes eram, também gigantes e tinham um olho em suas testas, porém, diferentemente das raças anteriores, eram pastores e viviam em uma ilha chamada Hypereia, conhecida entre os romanos como a Sicília. Foi exatamente um desses ciclopes, Polifemo, que Ulisses encontrou quando de sua viagem de regresso à Ítaca, seu lar.

Terceira espécie

Diz-se que há, ainda, uma terceira raça de ciclopes, denominados construtores, provenientes do território da Lícia. Esses posuíam grande poder físico e não eram violentos. Seus trabalhos eram muito pesados e nenhum humano conseguiria realizá-lo tão facilmente. Suspeita-se de que esses ciclopes sejam os responsáveis pela construção das muralhas das cidades de Tirinto e Micenas.

Cultura Popular

Ciclopes são vistos na série Percy Jackson de Rick Riordan
Ciclopes são vistos na adaptação cinematográfica de O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa
Ciclopes são vistos na adaptação cinematográfica de Wrath of the Titans

sábado, 10 de janeiro de 2015

Fauno

Fauno (do latim Faunus, "favorável" ou também Fatuus, "destino" ou ainda "profeta" ) é nome exclusivo da mitologia romana, de onde o mito originou-se, como um rei do Lácio que foi transmutado em deus e, a seguir, sofreu diversas modificações, sincretismo com seres dareligião grega ou mesmo da própria romana, causando grande confusão entre mitos variados, ora tão mesclados ao mito original que muitos não lhes distinguem diferenças (como, por exemplo, entre as criaturas chamadas de faunos – em Roma – e os sátiros, gregos).
Assim, para compreender a figura de Fauno, é preciso inicialmente saber que o nome era usado para denominar, essencialmente, três figuras distintas: Faunorei mítico do Lácio, deificado pelos romanos, muitas vezes confundido com , com Silvano e/ou com Lupércio (como deus, era imortal); Faunos (no plural, embora possa ser usado no singular, quando individuado o ser) – criaturas que, tal como os sátiros gregos, possuíam um corpo meiohumano, meio bode, e que seriam descendentes do rei Fauno. (Eram semideuses e, portanto, mortais); ou ainda, Fauno, um marinheiro que, tendo se apaixonado por Safo, obteve deAfrodite beleza e sedução a fim de que pudesse conquistar a poetisa.

Culto

Segundo Bailey, os mitos como o de Fauno, associados aos seres do campo ou silvestres apresentam um caráter menos digno do que o devotado aos deuses Lares. A Fauno, bem como ao seu companheiro Inuus , associavam os romanos um caráter de selvageria e travessura, a refletir uma convicção animista da maldade e hostilidade como algo natural nestes espíritos.
O culto a Fauno dava-se em santuários, dos quais o principal era o Lupercal, localizado no monte Palatino, na gruta de Rômulo e Remo. Seus sacerdotes eram chamados Lupercos que usavam chicotes feitos com couro de cabra. Sua finalidade era atender aqueles que buscavam a fertilidade. Menard acentua que essa característica de fecundidade nos rebanhos era caráter comum a todos os primitivos deuses itálicos, donde receber Fauno as honras dos pastores.
Fauno era cultuado especialmente por seus dons oraculares. Suas previsões se davam nas matas e eram comunicadas aos que as desejavam por meio de sonhos. Para isto, era necessário o consulente dormir nos lugares sagrados ao deus, sobre peles de animais adrede sacrificados a ele.

A caverna de Fauno

Em 2007, entretanto, o Ministro da Cultura italiano, Francesco Rutelli, anunciou a localização, em Roma, deste santuário. Possui adornos em suas paredes, teto em abóbada e suas dimensões são de 6,5 metros de altura e 7 metros de diâmetro. A caverna, agora lugar real e não fantástico, foi datada como sendo da Idade do Bronze.A gruta mitológica em que a Loba de Marte teria alimentado os gêmeos Rômulo e Remo, chamada de Lupercal, teria o mesmo nome que o lugar de adoração a Fauno (em sua variante devocional de Faunus Lupercus); para Hacquard, por exemplo, tratava-se apenas de uma coincidência de nomes.

Profecias

Na caverna, segundo a história, os romanos obtinham as profecias de Fauno. Gibbon narra a ascensão de Carus ao domínio de Roma, sem a aprovação do Senado. Uma écloga, então composta, lisonjeava o novo imperador: dois pastores, evitando a canícula do meio-dia, descansam na caverna de Fauno. Sob uma faia frondosa, descobrem recentes escritos; a divindade rural descrevia, em versos proféticos, a felicidade do império sob o reinado de tão grande príncipe. Fauno saudava a chegada daquele herói que, recebendo nos ombros o peso do mundo romano, vai extinguir as guerras e as facções, e mais uma vez irá restaurar a inocência e segurança da idade de ouro.
Hacquard lembra, ainda, o episódio onde Numa Pompílio – um dos reis míticos de Roma – teve de acorrentar sua efígie a fim de obter seus préstimos oraculares.

Os faunos

Divindades do campo teriam vida bastante longa, embora não fossem imortais; similares aos silvanos de Roma e aos sátiros gregos.
Também se diferem pouco dos pãs e dos egipãs, sendo pequenas divindades que desempenhariam papel análogo ao dos heróis míticos, que são intermediários entre os deuses e os homens, segundo Menard, sendo, portanto, intermediários entre os animais, de vida puramente instintiva – neste caso o bode – e as divindades. Segundo este autor, sua criação deve-se apenas à escultura, pois nada há nos filósofos referentes a eles.
Dillaway assim define os faunos, bem como aos pãs (sátiros): “Eles eram os filhos de Fauno e Fauna, ou Fátua, rei e rainha dos latinos, e embora considerados semideuses, era provável que morriam depois de uma vida longa. Realmente, Arnóbio mostrou que o pai deles, ou chefe, viveu apenas cento e vinte anos. Os faunos eram deidades romanas, desconhecidos para os gregos. O Fauno romano era o mesmo que o Pã grego; e, como nos poetas, nós achamos menções freqüentes de faunos, Pãs, ou Panes, no número plural, mais provável que os faunos fossem os mesmos pãs, e todos descendem de um só progenitor.

Natureza animal dos faunos

Menard traz uma importante citação, em seus estudos sobre as obras de arte que retratam faunos e sátiros, que reporta à natureza distinta de sátiros e faunos, apesar de ele próprio confundir a ambos nas descrições que faz, tratando-os por sinônimos. Reproduz a seguinte passagem do crítico Clarac, que diz:
"(..) Chamei Fauno a essa estátua, com os escritores que me precederam, mas o seu verdadeiro nome deve ser Sátiro. Não se pode duvidar de que Fauno seja apenas uma divindade da mitologia romana, e o belo mármore é indubitavelmente ou uma estátua grega, ou cópia de uma estátua grega. É sabido que os sátiros, na antiga mitologia, tinham formas humanas com exceção das orelhas e da cauda de cavalo. Os faunos se lhe assemelhavam, mas, depois de Zêuxis, passaram a ter cauda de bode."

Cinema

De 1926 é a película lusa O Fauno das Montanhas, de Manuel Luís Vieira. O filme, que tem por tema uma moça que sente-se perseguida por um fauno, enquanto acompanha o pai numa expedição naturalista à Ilha da Madeira, estreou a 11 de maio de 1927
Na versão cinematográfica da primeira obra de C. S. Lewis, The Chronicles of Narnia: The Lion, the Witch and the Wardrobe, o fauno Sr. Tumnus é interpretado pelo ator escocês James McAvoy
Já o filme de Guillermo del ToroEl laberinto del fauno de 2006, traz o fauno no título, e o ser que se apresenta tem formas um tanto distintas da idealizada no mito romano: é em parte bode, parte humano e parte árvore. O fauno surge a uma garota, fazendo-lhe revelações, que a permitem fugir à dura realidade da Revolução espanhola.