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terça-feira, 14 de abril de 2015

O Mosteiro de Satanás


1952, quinta feira, dia 23 de dezembro. Leonel sai de casa para passar o natal com a família no Rio de Janeiro. Nas estradas mineiras chovia como ele nunca tinha visto antes. Sozinho no carro Leonel sentiu um calafrio como se estivesse prestes a morrer. Na mesma hora ele parou o carro. Começou a sentir febre e a suar frio. Na estrada não passava um veículo e a chuva tinha apertado mais. Quase cego com a tempestade Leonel avista uma luminosidade não muito longe dali. Caminhando com dificuldade o pobre homem chega até o portão do que parecia ser um mosteiro franciscano . Ele bate na porta e grita por ajuda mas desmaia antes dela chegar.

Leonel acorda com muita dor de cabeça em um quarto escuro. Ele estava deitado numa cama simples e pela janela podia ver que a chuva não havia reduzido. Quando tentou levantar-se da cama a porta se abre e um homem alto vestido de monge entra no quarto. "Você deve deixar o mosteiro imediatamente." falou, com uma voz preocupada. "Estou doente, não podem me mandar embora deste jeito, por favor deixe-me ficar.", agonizou Leonel quase chorando. O monge não disse mais nada e se retirou do recinto. Preocupado em ter que ir embora Leonel se levanta e sai do quarto sorrateiramente. O lugar mais parecia um calabouço medieval. O coitado não sabia o que fazer. Por instinto Leonel desce as escadas da masmorra. Uma voz o chama. Ela vem de uma cela, a porta está trancada e pela pequena grade um homem magro de cavanhaque conversa com Leonel. "Amigo, você precisa me ajudar. Esses monges me prenderam aqui e me torturam quase diariamente. E eles farão isso com você também se não fugirmos logo. Por fa..."Antes do sujeito concluir o monge alto grita com Leonel. "Saia daí!!!" agarrando-o pelo braço o monge arrasta o enfermo rapaz escada acima. O pobre Leonel não tinha forças para reagir e foi levado facilmente.

Já em uma sala gigantesca repleta de monges Leonel se vê como um réu sendo julgado. O franciscano que parecia o líder falou. "Rapaz, você deve ir embora imediatamente. Foi um erro nosso tê-lo deixado entrar aqui. Sabemos do seu estado de saúde mas não podemos deixá-lo ficar". Leonel mal ouviu o homem e desmaiou novamente. O infeliz viajante acorda mais uma vez na masmorra.

A porta do quarto estava aberta e Leonel sai a procura do homem que estava preso no andar de baixo. Sem vigília, ele consegue chegar até a cela do magrelo. Mal se aproxima e Leonel é surpreendido com o sujeito na pequena grade já pedindo ajuda. “Por favor, me tire daqui. Eles vão nos torturar, eles são de uma seita maligna. São adoradores de Satanás.” Tremendo como uma vara verde em dia de chuva, Leonel corre até um pequeno depósito em busca de uma ferramenta capaz de abrir a cela. Minutos depois ele retorna com um imenso pé de cabra.
Com um pouco de esforço a porta é arrombada. O sujeito magro sai correndo da cela e rindo como se uma piada hilária tivesse acabado de ser contada. Sem saber do que se tratava, Leonel corre também, mas dá de cara com um monge de quase dois metros de altura. “ O que você acaba de fazer, maldito?!” Rugiu o franciscano. “Me solte! Me solte seu filho de Satanás!” Gritava Leonel tentando se soltar do agarrão do monge. Com um olhar de temor e raiva o homem alto encara o pobre Leonel... “Você não sabe o que fez... sua vida está condenada agora. Você acaba de libertar o próprio Satanás. E ele fará de você o seu servo predileto. Sua alma será dele”. Logo após o monge ter terminado de falar Leonel dá um grito de pavor... seu último grito de pavor. Naquele instante o pobre e inocente viajante acaba de ter um fulminante ataque cardíaco que levou sua alma literalmente para os quintos dos Infernos, ao lado do, agora, seu eterno mestre, Satanás.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Gympie Gympie

Popularmente chamada de gympie gympie, essa planta nativa da Austrália possui uma bela forma de coração com suas tênues hastes e folhas verdes. No entanto, tocá-la pode ser uma das experiências mais desagradáveis de sua vida. Há relatos de que um soldado que a usou como papel higiênico se matou logo em seguida. Torça para não encontrá-la em seu caminho.
Com galhos bem delicados e semelhante à ortiga (mas não é!), a planta pode atingir alguns metros de altura em pouco tempo. Vive em pequenos espaços onde a luz solar entra as frestas das copas das árvores mais altas em florestas australianas, sobretudo em Queensland. Todavia, a gympie gympie está aos poucos desaparecendo e já é uma espécie ameaçada, uma vez que as florestas em que vive estão cada mais escassas.
Sua aparência não dá indícios da dor que ela pode causar simplesmente ao tocar as folhas. Além das folhas, os frutos também são muito perigosos, pois possuem pelos finos que penetram na pele e espalham a fisgada. E a cada pressão nos pelos faz com a planta injete mais veneno, causando cada vez mais dor. Na verdade, enquanto os pelos estiverem na pele, a dor continua – e é uma dor extrema, comparável à do fogo. O veneno da planta ataca principalmente o sistema linfático, fazendo surgir gânglios na garganta, axilas e virilha.
De fato, só o fato de você se aproximar da planta já a faz liberar pelos pelo ar. De acordo com os pesquisadores, ela faz isso para manter o terreno limpo e tirar proveito da luz solar. Botânicos que trabalham no local relatam espirros constantes e sangramento nasal quando se aproximam da gympie.


Entre os relatos assombrosos de pessoas que tiverem experiências nada agradáveis com a planta está um soldado da Segunda Guerra Mundial que caiu em um arbusto da planta e ficou amarrado em uma maca de hospital gritando durante semanas. Ernie Rider, hoje um veterano do Departamento de Parques e Vida Selvagem de Queensland, foi atingido nos braços, peito e rosto em 1963. Foram semanas de agonia, e ele diz que seu peito continuou doendo por 2 anos sempre que entrava em contato com água gelada. Segundo ele, foi a pior dor de sua vida.

Evidentemente, não há esforços de conservação para essa planta. Isso, curiosamente, parece estar fazendo a planta evoluir. No ano passado, dois exemplares da espécie foram descobertos sem a toxina nas folhas, que os cientistas acreditam que seja uma substância chamada moroidina. Sem ela, a planta perde sua capacidade de causar dor.