A fênix é um
pássaro da mitologia grega que, quando morria,
entrava em auto-combustão e, passado algum tempo, renascia das próprias cinzas.
Outra característica da fênix é sua força que a faz transportar em voo cargas
muito pesadas, havendo lendas nas quais chega a carregar elefantes.
Podendo se transformar em uma ave de fogo.
Teria penas brilhantes,
douradas, e vermelho-arroxeadas, e seria do mesmo tamanho ou maior do que
uma águia.
Segundo alguns escritores gregos, a fênix vivia exatamente quinhentos anos.
Outros acreditavam que seu ciclo de vida era de 200 anos. No final de cada
ciclo de vida, a fênix queimava-se numa pira funerária. A
vida longa da fênix e o seu dramático renascimento das próprias cinzas
transformaram-na em símbolo da imortalidade e
do renascimento espiritual.
Suas lágrimas tem propriedades para curar qualquer tipo de doença ou
ferida.
Os gregos parecem ter se baseado em Bennu, da mitologia egípcia, representado na forma de uma
ave acinzentada semelhante à garça,
hoje extinta, que habitava o Egito. Cumprido o ciclo de vida do Bennu, ele voava a Heliópolis, pousava sobre a pira do deus Rá, ateava fogo em seu
ninho e se deixava consumir pelas chamas, renascendo das cinzas.
Hesíodo,
poeta grego do século VIII a.C., afirmou que a fênix vivia nove vezes o
tempo de existência do corvo, que tem uma longa vida.
De forma semelhante a Bennu, quando a ave sentia a morte se aproximar,
construía uma pira de
ramos de canela, sálvia e mirra em cujas chamas
morria queimada. Mas das cinzas erguia-se então uma nova fênix, que colocava
piedosamente os restos da sua progenitora num ovo de mirra e voava
com ele à cidade egípcia de Heliópolis, onde os colocava no Altar do Sol.
Dizia-se que estas cinzas tinham o poder de ressuscitar um morto.
O imperador romano Heliogábalo
(204-222 d. C.) decidiu comer carne de fênix, a fim de conseguir a
imortalidade. Comeu uma ave-do-paraíso,
que lhe foi enviada em vez de uma fênix, mas foi assassinado pouco tempo
depois.
Atualmente os estudiosos creem que a lenda surgiu no Oriente e
foi adaptada pelos sacerdotes do Sol de Heliópolis como uma alegoria da morte e
renascimento diários do astro-rei. Tal como todos os grandes mitos gregos,
desperta consonâncias no mais íntimo do homem. Na arte cristã, a fênix
renascida tornou-se um símbolo popular da ressurreição de Cristo.
A crença na ave lendária que renasce das próprias cinzas existiu em
vários povos da Antiguidade como gregos, egípcios e chineses.
Em todas as mitologias o significado é preservado: a perpetuação, a
ressurreição, a esperança que nunca têm fim.
Para os gregos, a fênix por vezes estava ligada ao deus Hermes e é
representada em muitos templos antigos. Há um paralelo da fênix com o Sol, que
morre todos os dias no horizonte para renascer no dia seguinte, tornando-se o
eterno símbolo da morte e do renascimento da natureza.
Os egípcios a tinham por "Bennu" e estava relacionada a estrela "Sótis",
ou estrela de cinco pontas, estrela flamejante, que é pintada ao seu lado.
Na China antiga
a fênix foi representada como uma ave maravilhosa e transformada em símbolo da felicidade,
da virtude,
da força, da liberdade, e da inteligência.
Na sua plumagem,
brilham as cinco cores sagradas .Púrpura, azul, vermelho, branco e dourado.
No início da era Cristã esta ave fabulosa foi símbolo do renascimento e
da ressurreição. Neste sentido, ela simboliza o Cristo, recebendo uma segunda
vida, em troca daquela que sacrificou.
A bandeira da cidade de São Francisco mostra uma fênix,
acreditado de estar um símbolo de renovação depois que o terremoto devastou a cidade em 1906.
A bandeira e o selo da cidade de Atlanta mostram
uma fênix também.
No Acidente na mina San José em 2010,
a cápsula que estava retirando um por um dos 33 mineiros foi chamada de Fênix,
porque o resgate deles a uma profundidade muito funda de terra lembra a
ressurreição da ave mítica das cinzas.
"Existe outro pássaro sagrado, também, cujo
nome é fénix. Eu mesmo nunca o vi, apenas figuras dele. O pássaro raramente vem
ao Egito,
uma vez a cada cinco séculos, como diz o povo de Heliópolis. É dito que a fénix vem quando seu
pai morre. Se o retrato mostra verdadeiramente seu tamanho e aparência, sua
plumagem é em parte dourado e em parte vermelho. É parecido com uma águia em
sua forma e tamanho. O que dizem que este pássaro é capaz de fazer é incrível
para mim. Voa da Arábia para o templo de Hélio (o Sol), dizem, ele encerra seu pai
em um ovo de mirra e
enterra-o no templo de Hélio. Isto é como dizem: primeiramente molda um ovo de
mirra tão pesado quanto pode carregar, então abre cavidades no ovo e coloca os
restos de seu pai nele, selando o ovo. E dizem, ele encerra o ovo no templo do
Sol no Egito.
Isto é o que se diz que este pássaro faz." - Heródoto,
"E a fénix, ele disse, é o pássaro que visita
o Egito a cada cinco séculos, mas no resto do tempo ela voa até a Índia;
e lá podem ser visto os raios de luz solar que brilham como ouro, em tamanho e
aparência assemelha-se a uma águia;
e senta-se em um ninho; que é feito por ele nas primaveras do Nilo. A história do
Aigyptos sobre ele é testificada pelos indianos também, mas os últimos
adicionam um toque a história, que a fénix enquanto é consumida pelo fogo em
seu ninho canta
canções de funeral para
si" -Apolônio de Tiana,
"Estas criaturas (outras raças de pássaros)
todas descendem de seus primeiros, de outros de seu tipo. Mas um sozinho, um
pássaro, renova e renasce dele mesmo - a Fénix da Assíria,
que se alimenta não de sementes ou folhas verdes mas de óleos de bálsamo e
gotas de olíbano. Este pássaro, quando os cinco longos séculos de vida
já se passaram, cria um ninho em uma palmeira
elevada; e as linhas do ninho com cássia, mirra dourados e pedaços de canela,
estabelecida lá, inflama-se, rodeada de perfumes,
termina a extensão de sua vida. Então do corpo de seu pai renasce uma pequena
Fénix, como se diz, para viver os mesmos longos anos. Quando o tempo reconstrói
sua força ao poder de suportar seu próprio peso, levanta o ninho - o ninho que
é berço seu e túmulo de seu pai - como imposição do amor e do dever, dessa palma alta e
carrega-o através dos céus até alcançar a grande cidade do
Sol (Heliópolis, no Egito), e perante as portas do sagrado templo do
Sol, sepulta-o" - Ovídio,
"Seus braços viraram longas asas vermelhas com umas penas douradas
no interior, seu corpo mudou para algo indefinido, como se não houvesse
vértebra. Uma enorme cauda cheia de penas vermelhas e douradas começa a encher
o salão. Era uma criatura de proporções gigantescas, quase não cabendo no
salão." - Clayton De La Vie
O poeta persa Farid al-Din Attar, no
livro A Conferência dos Pássaros, de 1177, descreve a fênix:
"Na Índia vive um pássaro que é único: a
encantadora fênix tem um bico extraordinariamente longo e muito duro, perfurado
com uma centena de orifícios, como uma flauta. Não tem fêmea, vive isolada e
seu reinado é absoluto. Cada abertura em seu bico produz um som diferente, e cada
um desses sons revela um segredo particular, sutil e profundo. Quando ela faz
ouvir essas notas plangentes, os pássaros e os peixes agitam-se, as bestas mais
ferozes entram em êxtase; depois todos silenciam. Foi desse canto que um sábio
aprendeu a ciência da música. A fênix vive cerca de mil anos e conhece de
antemão a hora de sua morte. Quando ela sente aproximar-se o momento de retirar
o seu coração do mundo, e todos os indícios lhe confirmam que deve partir,
constrói uma pira reunindo ao redor de sí lenha e folhas de palmeira. Em meio a
essas folhas entoa tristes melodias, e cada nota lamentosa que emite é uma
evidência de sua alma imaculada. Enquanto canta, a amarga dor da morte penetra
seu íntimo e ela treme como uma folha. Todos os pássaros e animais são atraídos
por seu canto, que soa agora como as trombetas do Último Dia; todos
aproximam-se para assistir o espetáculo de sua morte, e, por seu exemplo, cada
um deles determina-se a deixar o mundo para trás e resigna-se a morrer. De
fato, nesse dia um grande número de animais morre com o coração ensanguentado
diante da fênix, por causa da tristeza de que a veem presa. É um dia
extraordinário: alguns soluçam em simpatia, outros perdem os sentidos, outros
ainda morrem ao ouvir seu lamento apaixonado. Quando lhe resta apenas um sopro
de vida, a fênix bate suas asas e agita suas plumas, e deste movimento
produz-se um fogo que transforma seu estado. Este fogo espalha-se rapidamente
para folhagens e madeira, que ardem agradavelmente. Breve, madeira e pássaro
tornam-se brasas vivas, e então cinzas. Porém, quando a pira foi consumida e a
última centelha se extingue, uma pequena fênix desperta do leito de cinzas.
Aconteceu alguma vez a alguém deste mundo renascer
depois da morte? Mesmo que te fosse concedida uma vida tão longa quanto a da
fênix, terias de morrer quando a medida de tua vida fosse preenchida. A fênix
permaneceu por mil anos completamente só, no lamento e na dor, sem companheira
nem progenitora. Não contraiu laços com ninguém neste mundo, nenhuma criança
alegrou sua idade e, ao final de sua vida, quando teve de deixar de existir,
lançou suas cinzas ao vento, a fim de que saibas que ninguém pode escapar à
morte, não importa que astúcia empregue. Em todo o mundo não há ninguém que não
morra. Sabe, pelo milagre da fênix, que ninguém tem abrigo contra a morte.
Ainda que a morte seja dura e tirânica, é preciso conviver com ela, e embora
muitas provações caiam sobre nós, a morte permanece a mais dura prova que o
Caminho nos exigirá".
Fênix são vistas na série As Crônicas de
Nárnia de C. S. Lewis.
Fawkes, é uma fênix de estimação de Alvo
Dumbledore na série Harry Potter de J. K. Rowling.
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