Lobisomem ou licantropo (do grego λυκάνθρωπος: λύκος, lykos, "lobo" e άνθρωπος, anthrōpos, "homem"), é um ser lendário, com origem na mitologia grega, segundo as quais, um homem pode se transformar em lobo ou em algo semelhante a um lobo em noites de lua cheia, só voltando à forma humana ao amanhecer.
Tais lendas são muito antigas e encontram a sua raiz na mitologia grega. Segundo As Metamorfoses de Ovídio, Licaão, o rei da Arcádia, serviu a carne de Árcade a Zeus e este, como castigo, transformou-o em lobo (Met. I. 237).Uma das personagens mais famosas foi o pugilista arcádio Damarco Parrásio, herói olímpico que assumiu a forma de lobo nove anos após um sacrifício a Zeus Liceu, lenda atestada pelo geógrafo Pausânias.
Segundo lendas mais modernas, para matar um lobisomem é preciso acertá-lo com artefatos feitos de prata
O Licantropo dos gregos é o mesmo que o Versipélio dos romanos, o 
Volkodlák dos eslavos, o Werewolf ou Dracopyre dos saxões, o Werwolf dos
 alemães, o Óboroten dos russos, o Hamtammr dos nórdicos, o Loup-garou 
dos franceses, o arbac-apuhc da Península Ibérica, o Lobisomem dos 
brasileiros e da América Central e do Sul, com suas modificações fáceis 
de Lubiszon, Lobisomem, Lubishome; nas lendas destes povos, trata-se 
sempre da crença na metamorfose humana em lobo, por um castigo divino.
No Brasil
 existem muitas versões dessa lenda, variando de acordo com a região. 
Uma versão diz que a sétima criança em uma sequência de filhos do mesmo sexo
 tornar-se-á um lobisomem. Outra versão diz o mesmo de um menino nascido
 após uma sucessão de sete mulheres. Outra, ainda, diz que o oitavo 
filho se tornará a fera. Outra já diz que é apos a morte de um familiar 
que possuía a aberração e passou de pai pra filho, avô pra neto e assim 
por diante.
As pessoas conhecem o licantropo na forma humana através de 
comportamentos estranhos, como mudança de comportamento, misteriosa e 
quase sempre com olhos cansados(olheira), o licantropo na forma humana é
 uma pessoa muito atenta as outras, sempre desconfiando de tudo como por
 exemplo, tem muito medo de ser descoberta a humanidade que é uma 
aberração, porém é muito protetora em forma humana.
Em algumas regiões, o Lobisomem se transforma à meia noite de sexta-feira, em uma encruzilhada. Como o nome diz, é metade lobo, metade homem. Depois de transformado, sai à noite procurando sangue, matando ferozmente tudo que se move. Antes do amanhecer, ele procura a mesma encruzilhada para voltar a ser homem.
Em algumas localidades diz-se que eles têm preferência por bebês não batizados.
 O que faz com que as famílias batizem suas crianças o mais rápido 
possível. Já em outras diz-se que ele se transforma se espojando onde um
 jumento se espojou e dizendo algumas palavras do livro de São Cipriano e
 assim podendo sair transformado comendo porcarias até que quase se 
amanheça retornando ao local em que se transformou para voltar a ser 
homem novamente. No interior do estado de Rondônia, o lobisomem após se 
transformar, tem de atravessar correndo sete cemitérios até o amanhecer 
para voltar a ser humano. Caso contrário ficará em forma de besta até a 
morte. O escritor brasileiro João Simões Lopes Neto
 escreveu assim sobre o lobisomem: "Diziam que eram homens que havendo 
tido relações impuras com as suas comadres, emagreciam; todas as 
sextas-feiras, alta noite, saíam de suas casas transformados em cachorro
 ou em porco, e mordiam as pessoas que a tais desoras encontravam; 
estas, por sua vez, ficavam sujeitas a transformarem-se em Lobisomens…" 
Há também quem diga que um oitavo filho que tem sete irmãs mais 
velhas se torna lobisomem ao completar treze anos. Também dizem que o 
sétimo filho de um sétimo filho se tornará um lobisomem.
A lenda do lobisomem é muito conhecida no folclore
 brasileiro, e assim como em todo o mundo, os lobisomens são temidos por
 quem acredita em sua lenda. Algumas pessoas dizem que além da prata o 
fogo também mata um lobisomem. Outras acreditam que eles se transformam 
totalmente em lobos e não metade lobo metade homem.
Algumas lendas também dizem que se um ser humano for mordido por um 
lobisomem, e não o encontrar a cura até a 12ª badalada desse mesmo dia, 
ficará lobisomem para toda a eternidade.
Há referências muito antigas ao lobisomem em Portugal. Aparece no Rifão de Álvaro de Brito (Cancioneiro Geral):
- Sois danado lobishomem,
 Primo d’Isac nafú;
 Sois por quem disse Jesus
 Preza-me ter feito homem.
- (Garcia de Resende, Excertos, por António Feliciano de Castilho, Livraria Garnier, Rio de Janeiro, 1865, p. 24).
É também mencionado no Vocabulario Portuguez e Latino de Rafael Bluteau (tomo V, p. 195) e nos sonetos de Bocage:
- Profanador do Aónio santuário,
 Lobisomem do Pindo, orneia ou brama,
 Até findar no Inferno o teu fadário!
- (Bocage, Obras Escolhidas, primeiro volume, p.122).
No século XIX, Alexandre Herculano
 escreveu assim sobre o lobisomem da região da Beira-Baixa: "Os 
lubis-homens são aqueles que têm o fado ou sina de se despirem de noite 
no meio de qualquer caminho, principalmente encruzilhada, darem cinco 
voltas, espojando-se no chão em lugar onde se espojasse algum animal, e 
em virtude disso transformarem-se na figura do animal pré-espojado. Esta
 pobre gente não faz mal a ninguém, e só anda cumprindo a sua sina, no 
que têm uma cenreira mui galante, porque não passam por caminho ou rua, 
onde haja luzes, senão dando grandes assopros e assobios para se lhas 
apaguem, de modo que seria a coisa mais fácil deste mundo apanhar em 
flagrante um lubis-homem, acendendo luzes por todos os lados por onde 
ele pudesse sair do sítio em que fosse pressentido. É verdade que nenhum
 dos que contam semelhantes histórias fez a experiência". (A. Herculano,
 Opúsculos, Tomo IX, Bertrand, Lisboa, 1909, p. 176-177).
Nos seus estudos sobre mitologia popular, o escritor e etnógrafo português Alexandre Parafita
 reconhece que, embora a designação sugira tratar-se de um ser híbrido 
de homem e lobo, muitas das crenças sobre esta criatura identificam-na 
na figura tanto de lobo, como cavalo, burro ou bode, consistindo o seu 
fadário em ir despir-se à meia-noite numa encruzilhada, espojando-se no 
chão, onde um animal já antes fizera o mesmo, após o que se transforma 
nesse animal para ir “correr fado”.
A representação na figura híbrida de homem e lobo não é alheia ao 
desassossego que este animal provoca, desde tempos imemoriais, no 
inconsciente colectivo. Escreve este autor: “As comunidades rurais 
transmontanas ainda hoje o encaram como um animal cruel, implacável com 
os seres mais indefesos, inimigo de pastores, dos caminhantes da noite e
 pesadelo permanente das crianças que habitam nas aldeias mais isoladas.
 Não se estranha, por isso, que no fabulário popular o lobo apareça como
 símbolo do mal e que o conceito de lobisomem, enquanto produto da 
fantasia popular, possa ser considerado como uma tentativa de apresentar
 uma criatura onde se conjuga a ferocidade maléfica do lobo com as 
emoções, ora angustiosas, ora igualmente maléficas, do homem”.
 Peeira
Peeira ou fada dos lobos
 é o nome que se dá às jovens que se tornam nas guardadoras ou 
companheiras de lobos. Elas são a versão feminina do lobisomem e fazem 
parte das lendas de Portugal e da Galiza. A peeira tem o dom de comunicar e controlar alcateias de lobos.
Um extenso relato sobre o lobisomem fêmea português encontra-se nas Travels in Portugal de John Latouche (London, [1875], p. 28-36).
Camilo Castelo Branco escreveu nos Mistérios de Lisboa:
 "A porta em que bateu o padre Diniz comunicava para a sala em que 
estavam duas criadas da duquesa, cabeceando com sono, depois que se 
fartaram de anotar as excentricidades de sua ama, que, a acreditá-las, 
há cinco anos que cumpria fado, espécie de Loba-mulher, ou Lobis-homem 
fêmea, se os há, como nós sinceramente acreditamos." (Vol.I, Porto, 
1864, p. 136).
Corredor
O corredor é a pessoa que tem que correr o fado. O corredor é um ser mutante, pode assumir a forma de lobo, de cão ou outro animal. Quando se encontra um para quebrar o fado deve-se fazer sangue, isto é, fazê-lo sangrar. 
Tardo
O Tardo
 é uma espécie de duende, um ser mutante que assume formas de animais 
mas que pode transformar-se num lobisomem se ao fim de sete anos não lhe
 quebrarem o fado.
 Corrilário
Os corrilários
 são as almas penadas em figura de cão. Se um lobisomem morre antes de 
terminar o seu fadário, depois de morto termina os seus dias como 
corrilario.
Entre os muitos famosos lobisomens da ficção estão:
- Lucian (Michael Sheen) dos filmes Anjos da noite e Anjos da noite: a rebelião dos Lycans;
- Tyler Lockwood e Mason Lockwood da série The Vampire Diaries;
- Tyler Smallwood e Jacob Smallwood de Diários do Vampiro: Reunião Sombria;
- Sir John Talbot (Anthony Hopkins) e seu filho, Lawrence Talbot (Benicio Del Toro) do filme O Lobisomem;
- David Naughton como David Kessler em Um Lobisomem Americano em Londres (An American Werewolf in London, no original);
- Scott McCall (Michael J. Fox no filme original e Tyler Posey na série de 2011) de Teen Wolf;
- Remo John Lupin e Fenrir Lobo Greyback de Harry Potter;
- Alcide Herveaux (e outros) de True Blood
- Astromar Junqueira (Rui Resende) da novela Roque Santeiro
- Hunter Sands "(Castelo do Medo)"
- Ginger Fitzgerald de Ginger Snaps
- Jacob Black (da serie Twilight da autora Stephenie Meyer, representado no cinema por Taylor Lautner)
- Peter Rumancek (da série Hemlock Grove,
 baseada no livro escrito por Brian McGrevy, e atualmente reproduzida no
 Netflix. O personagem é interpretado por Landon Liboiron.)
- Professor Aristóbulo Camargo, da novela ou minisérie Saramandaia
- Lobi, o lobisomem da Turma do Penadinho, nas histórias em quadrinhos da Turma da Mônica
- A minisérie Sítio do Picapau Amarelo teve lobisomens como personagens, tanto na série dos anos 70 quanto nos anos 2000.
- Eddie, o filho do seriado The Munsters
- Luby, personagem das histórias em quadrinhos da A Turma do Arrepio
- Kagerou Imaizumi, personagem da série de jogos Touhou Project
- Pernambuco Nogueira (Selton Mello do filme O Coronel e o Lobisomem (2005) ).
Gabriel Van Helsing(interpretado por Hugh Jackman em Van Helsing 
caçador de monstros..fora mordido por Velkan que tambem era um 
lobisomem)
A editora norte-americana White Wolf produziu dois RPGs onde os lobisomens são os protagonistas.
- Lobisomem: O Apocalipse
O jogo de "horror selvagem", Lobisomem: O Apocalipse é um RPG storyteller criado para o cenário Mundo das Trevas. Diferente dos vampiros, os Garou
 (como os lobisomens se autodenominam) são guerreiros que buscam salvar a
 natureza e o mundo de uma poderosa força destruidora chamada Wyrm. Ao 
mesmo tempo, porém, precisam encarar a realidade de que não são os 
humanos (ou lobos) que pensavam que eram. Com elementos de horror, 
violência, ecologia, críticas sociais e panteísmo, Lobisomem: O Apocalipse foi um dos grandes sucessos da editora do Antigo Mundo das Trevas finalizado em 2004 pela White Wolf.
- Werewolf: The Forsaken
Werewolf: The Forsaken é um RPG ambientado no Novo Mundo das Trevas criado pela White Wolf Editora traduzido no Brasil como "Lobisomem: Os Destituídos". É o sucessor comercial de Lobisomem: O Apocalipse, porém não é uma continuação do jogo anterior; o "jogo de horror selvagem" da linha de jogos do Mundo das Trevas
 original. Como em Lobisomem: O Apocalipse, o jogo é construído com base
 nos mitos da cultura popular para criar uma visão única dos lobisomens,
 embora haja diferenças enormes entre Forsaken e seu antecessor. Por exemplo, o jogo apresenta um sistema de auspícios baseado nas cinco fases da lua, e cada o papel de cada jogador correspondendo aos auspícios continuam o mesmo com relação ao Apocalipse.
Bloody Kisses Lupina